segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pesadelos caninos

O meu cão sonha, e ao sonhar tem pesadelos. Porque mesmo agora o ouvi a ganir baixinho durante o sono. Nesse pesadelo deve figurar:

- os donos a fazerem-lhe a desfeita novamente de ir de férias durante um fim de semana e ele a ficar sozinho;

- ele a correr em direção ao jardim e a terra ter desaparecido, dando lugar a cimento e nenhuma hipótese de fazer buracos;

- um carro avariado e o fim dos passeios dominicais à praia;

- mas, muito mais provável, uma taça de comida que se apresenta sempre vazia. Ou um jantar apenas em vez de dois.




Ser cão é ser fácil de contentar.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Erros e terramotos


"About as subtle as an earthquake I know
My mistakes were made for you"


Extensão da minha banda favorita, os poemas continuam brilhantes como sempre.



S.

"Passa-se isto assim assim, de maneiras que amanhã não posso vir trabalhar"



Sabemos que a ronha atingiu níveis indecentes quando:

- só para adiar o trabalho que se está a fazer, considera-se meter a cronologia estúpida do Facebook que se detestava com paixão até há umas horas atrás.

Há uma correlação inversa entre o momento em que eu comecei a ter uma conta de Facebook e o meu attention span, confesso.




S.

domingo, 22 de janeiro de 2012

35 jantares, 35 adormeceres, 35 acordares, 35 almoços, 5 semanas

Com a graduation feita e com o capítulo de Londres encerrado, é agora tempo de programar o próximo com mais rigor. Data de início já tem: dia 26 de fevereiro já será noite passada em solo de Bruxelas (qual será o adjetivo relativo a Bruxelas, bruxelense? É coisa para ir investigar para alargar o meu campo lexical relativo a esta cidade).

Falta portanto um mês. 35 dias de impaciência acrescida. O espírito começa a escorregar para lá mas o corpo continua aqui, bem como algumas responsabilidades profissionais. É aquela fase chata da transição, necessária e com laivos já familiares. Malas que ainda não podem ser feitas porque a roupa a empacotar será a que ainda se veste no dia-a-dia (ao contrário de em Londres, que só levei roupa de inverno, mas que num setembro português não era ainda precisa e podia ser arrumada com muita antecedência).

Começa o racionamento das coisas, "Não vale a pena comprar isto porque depois temos de levar e todo o kg e cm3 na mala é precioso", "Não vale a pena comprar um pacote de arroz de 5kg porque só cá vamos cozinhar mais um mês". Comprar livros é proibitivo. Os que tenho em lista de espera terão de ser lidos antes de partir, encomendar livros para só os ler daqui a dois meses e ter de ocupar 500g numa mala cheia de roupa grossa de inverno é crime.

Preparação de jantares de despedida começam a tomar contornos nítidos. As conversas com amigos acabam agora invariavelmente com "Ver se combinamos alguma coisa antes de eu me ir embora". O bicho surpreendentemente social (pelos meus padrões) em que me tinha transformado nestes últimos meses vai hibernar. A acumulação de energias de amizade torna-se agora uma obsessão necessária para sobrevivência. O Skype vai sendo afinado. O microfone e a câmara do PC também. Os livros de francês já se encontram num montinho em cima da mesa, à espera de serem revistos.

Não é certo que 35 dias seja muito tempo. Também não é certo que seja pouco. Neste momento, é o que falta objetivamente e com o que posso contar. E isto dá uma sensação de definitivo à coisa que ainda não tinha sentido.






S. 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Champô Seco (juro que ainda lavo o cabelo)


Londres não é só M&Ms.



S.

Prelúdio do doutoramento

A rabugem e a impaciência com o que me rodeia está a dissipar. Ir a Londres faz-me mal aos humores. E a paciência com as viagens é cada vez menor - o que, considerando a vida de emigra que almejo, não é bom sinal.

Em contrapartida, o reconhecimento do mérito e do esforço que a graduation garantiu consistiu num momento de catarse como já suspeitava que ia acontecer.




Mas serviu para comprovar que não estou pronta a quebrar laços nem com Londres nem com a vida académica. E o que é mais, descobri que não preciso.





S.


Sou membro vitalício da biblioteca da univ, senhores, que mais poderia eu pedir!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Ai que me ia esquecendo

A ver se é desta que eu vou visitar a loja de M&Ms.




Seria um vomitanço com todas as cores do arco-íris, realmente.



S.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Eu tenho dois amores (NOT): malas e mudanças

A mês e meio de mudança o tempo de ver casas chegou, chatice só superada pelo tempo de fazer as malas. Eu que gostava tanto de uma coisa e de outra acho que perdi o entusiasmo por ambas.

Fazer malas, o que antes me suscitava sempre a antecipação por algo novo, um sítio diferente, o fugir da rotina, o desconhecido, hoje encaro como um aborrecimento necessário para poder sobreviver com algum conforto noutro sítio qualquer. A verdade é que após duas experiências de empacotamento de coisas tendo em vista um meio de transporte com limite de carga, de muitas escolhas feitas sobre o que é essencial (que é sempre subjetivo - livros sobre a UE eram essenciais há um ano e meio para Londres e desta vez já não são) - tornei-me especialista a fazer caber numa mala o impossível. E a viver durante uns dias com o mínimo de coisas.

Quanto às casas, sempre gostei muito de espiolhar classificados de moradias, apartamentos e afins. O Sapo é uma maravilha para quem, como eu, não se importa de perder umas horas de tempos em tempos a ver espaços bonitos onde se vive. Mas quando comecei a nova ronda da vistoria de casas a sério, desta vez em Bruxelas, apercebi-me que estava a fazer aquilo já não por gosto mas por necessidade e obrigação. As casas não se descobrem sozinhas e de certeza que casa parece-me ser um daqueles bens essenciais para quem se muda para outro sítio qualquer. Diz que não dá para viver sem um telhado por cima da cabeça e paredes à nossa volta...

De maneiras que o ritual voltou:

- descobrir 2 ou 3 sites que parecem ser os que têm mais classificados de casas (agências risca-se já da lista);

- começar a ver casas na cidade para estimar a média do que podemos contar gastar por uma coisita mais ou menos;

- encaixar as nossas expectativas e o que estamos dispostos/o que conseguimos gastar por mês em renda no que existe no mercado;

- descobrir as zonas mais aconselháveis para viver (AKA as que corremos um risco assim para o reduzido de ser assaltados/baleados) ---------» MT IMPORTANTE;

- reunir uma mão-cheia de casas que corresponde aos critérios acima e começar a contactar senhorios e a marcar visitas.

Já foi tudo feito até ao último pontinho. Falta mesmo esse. Porque eu não posso contactar senhorios a dizer para me guardarem a casa com quase dois meses de antecedência. Mesmo as casas que só estão disponíveis a partir de março, não dá para me as guardarem sem qualquer espécie de sinal ou depósito. E eu não posso dar sinais ou depósitos sem ver a casa fisicamente, como é óbvio. Ao mesmo tempo torna-se arriscado começar os contactos com meia dúzia de dias de antecedência quando muitas das casas só estão disponíveis passado 1-2 meses. É um dilema que não tivemos há um ano e meio uma vez que o D. já lá estava instalado numa casa e não havia a pressa que vai haver quando estivermos a pagar noites extras em hóteis.

De maneiras que é chato. Acho que é mesmo a parte mais chata da mudança. E provavelmente a mais importante. O meu espírito controlador e organizador vai ter de hibernar um bocado até ao final de fevereiro quando se poderá realmente organizar visitas aos apartamentos e já lá estivermos fisicamente na cidade. Até lá é ir fazendo as malas para distrair.






S.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Bandas Sonoras

Esta foi a banda sonora da minha vida no ano que passou.


I want it all, and I want it now.

Ver se este ano esta vontade não muda.



S.